sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Dia Nacional de Doação do Leite Humano II

Hoje saiu uma reportagem na Folha sobre o aumento de 83% no número de doadoras de leite no Brasil de 2004 pra 2008, mas ainda o volume doado não consegue atender toda a demanda. Segue o link: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd0210200903.htm

Os bancos de leite humano ajudam as mães a amamentar e coletar, depois processam e distribuem o leite materno. O Brasil possui a maior e mais complexa rede de bancos de leite humano do mundo, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Atualmente, a rede é composta por 214 unidades, sendo 29 postos de coleta. Este ano, o Ministério da Saúde implantou cinco novas unidades de bancos de leite humano no país, duas em Mato Grosso do Sul, uma em Goiás, uma em São Paulo e uma no Rio Grande do Sul.

Em 2008, os bancos de leite cadastraram 1,35 milhão de mulheres, arrecadaram e pasteurizaram cerca de 135 mil litros de leite humano, beneficiando 140 mil recém-nascidos. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a rede de bancos de leite é uma estratégia eficaz para a redução da mortalidade infantil.

O banco fornece leite para as unidades de terapia intensiva neonatais, mas primeiro fornecem para os hospitais nos quais estão inseridos, sendo que muitas vezes não conseguem nem dar conta dessa demanda. Os especialistas afirmam que as mães não doam porque acreditam que pode faltar leite para seu próprio filho, mas hoje já sabemos que a mama produz mais leite quando é mais estimulada. E saibam que não precisa de muito para ajudar um bebê. Um recém-nascido mama cerca de 5 ml por vez, então se você doar 1 litro, você deu ao bebê 200 "refeições".

As mulheres que estão dispostas a doarem leite são cadastradas pelo Banco de Leite mais próximo ao da sua casa e devem estar em condições de continuar o aleitamento natural do próprio filho. Os bancos de leite fazem um cadastramento cuidadoso das doadoras, acompanham o processo de aleitamento e dão orientações sobre a doação.

Quando chega ao banco de leite, o leite doado passa por pasteurização para torná-lo seguro ao consumo dos bebês prematuros ou que estejam internados em centros de tratamento intensivo neonatal. Os bancos de leite humano no Brasil operam com tecnologias alternativas que permitem aliar baixo custo operacional ao rigor técnico capaz de assegurar qualidade ao leite humano coletado e distribuído.

Esses bebês prematuros ou que estejam doentes, têm dificuldade para sugar o peito nos primeiros dias de vida, esse fato aliado ao estresse vivido pelas mães de crianças prematuras também pode levar à baixa produção. O leite materno possui propriedades nutricionais e imunológicas que facilitam a recuperação e o desenvolvimento desses recém-nascidos que já nasceram com uma imunidade mais baixa. Além disso, o leite materno tem nutrientes mais adequados para o desenvolvimento dos bebês, como proteínas, açúcares e gorduras mais leves, que são absorvidas facilmente pelos bebês. Qualquer outro leite força mais o metabolismo do bebê e deixa alguns de seus órgãos, como rins e intestino, sobrecarregados.

Enquanto isso, as mães são apoiadas pela equipe do hospital para restabelecer sua produção de leite e, posteriormente, amamentarem seus filhos. As mulheres que têm prematuros são orientadas a manterem a ordenha no hospital para estimular a produção de leite, mesmo que o bebê ainda não possa mamar.

Achei um artigo acadêmico “Experiências de Mulheres Doadoras” que foi publicado na Revista de Saúde Pública: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v43n1/6839.pdf . As autoras entrevistam mulheres doadoras de leite humano e investigam quais os motivos da doação e os motivos que as levaram a parar de doar.

Espero que com essas informações, mais mães queiram começar a doar.

2 comentários:

  1. Segue o link da Rede de Bancos de Leite: http://www.fiocruz.br/redeblh/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home

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